Marketing
PROF.: EVA ROLIM
O que o WhatsApp nos ensina sobre a criação de um produto de sucesso?
Dupla de fundadores mostra que comprometimento com qualidade e simplicidade é capaz de elevar uma empresa a patamares altíssimos, em bem pouco tempo.
A aquisição do WhatsApp pelo Facebook por US$ 19 bilhões lançou luz sobre a rápida escalada do aplicativo no gosto dos usuários de internet móvel e na consequente valoração do serviço no mercado. Os idealizadores alcançaram o resultado surpreendente sem gastar um centavo em publicidade nem ganhar nada com anunciantes. O segredo da dupla de fundadores Jan Koum e Brian Acton foi apostar e investir tudo em qualidade máxima para seu produto e conhecer a fundo as necessidades do usuário. Assim, conquistaram 450 milhões de apaixonados: a cada dia, 70% deles se conectam ao aplicativo.
Lançado em 2009, o WhatsApp não inventou a roda, mas a fez girar mais harmoniosamente. Diante das pouco ágeis mensagens por SMS, pagas às operadoras telefônicas, usou a rede de internet móvel, já aproveitada por outros serviços como o do Skype, para aperfeiçoar a comunicação das pessoas, sem cobrar nada por isso. Consumidores conquistados, passou a cobrar um preço quase simbólico (US$ 0,99 por ano). Seus ganhos são garantidos pelo volume de usuários.
Jan Koum e Brian Acton acertaram ao se empenharem em simplificar e melhorar um hábito já presente entre as pessoas, em vez de tentarem criar uma nova necessidade. “Tornou-se muito intuitivo transferir a comunicação para a nova plataforma. O WhatsApp transformou um hábito já existente em algo mais simples, prático, rápido e seguro. O aplicativo está no ar 99,9% do tempo”, diz Terence Reis, Sócio da Pontomobi, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Resgate do social
A aquisição representa para o Facebook o resgate de seu componente social. Ao longo dos últimos anos, a rede acabou caminhando para se tornar mais uma plataforma de transmissão de informações do que para interação