Marketing samsung
Em toda história de sucesso corporativo há um ponto de inflexão. No caso da Samsung, a gigante coreana de eletroeletrônicos com faturamento anual de US$ 81 bilhões, ele ocorreu em 1993, quando Kum-H ee Lee, presidente e filho do fundador da empresa, visitou algumas lojas de eletrodomésticos em Los Angeles, nos Estados Unidos. Em cinco minutos, percebeu que os produtos da Samsung juntavam poeira nas prateleiras do fundo, naquele espaço reservado às bugigangas baratas, enquanto os lânguidos aparelhos da Sony brilhavam nas vitrines do maior mercado do planeta. Lee, que assumira o leme da corporação em 1987, depois da morte de seu pai, voltou a Seul determinado. Rapidamente fez circular entre os executivos uma espécie de manifesto em que conclamava mudanças a qualquer custo. "Do contrário nos tornaremos uma empresa de terceira classe", escreveu. Para explicitar a crise, exigiu que os funcionários chegassem ao trabalho duas horas mais cedo todos os dias. Dois anos depois, Lee, sexagenário recluso e misterioso, sentiu necessidade de um gesto ainda mais dramático para levar a Samsung ao campo da qualidade. Ao perceber que a primeira linha de celulares da empresa saíra de uma fábrica em Gumi repleta de defeitos, determinou que os 150 mil aparelhos fossem empilhados e queimados no pátio da fábrica, ao custo de US$ 50 milhões. Choque e vergonha sacudiram os alicerces da companhia, fundada sobre rígidos princípios de hierarquia confucianos que ate então era base da organização.
O incêndio de Gumi assim como o manifesto da mudança de 1993 constituem marcos indeléveis da história da Samsung. A partir desses eventos,