market report
O cenário político domina o noticiário, mas até agora seu efeito sobre a economia resumiu-se às oscilações do câmbio e da bolsa de valores na semana passada. Um dos principais motivos para isso é o fato de que a perturbação política encontrou a economia em um momento particularmente favorável do ponto de vista da estabilidade, com os índices de inflação em acentuada queda, balança comercial elevada e a dívida pública, como percentual do PIB, em declínio em função do efeito cambial.
Nesta semana o COPOM se reúne novamente e a manutenção das taxas de juros parece a alternativa mais plausível. Por um lado, sobram motivos para alívio e até uma pequena queda nos juros: o objetivo de frear a inflação parece alcançado, seus efeitos adversos sobre o desempenho da economia já se fazem sentir (ver próxima seção), há muita pressão dentro e fora do Governo para um alívio na política monetária e o governo tem grande necessidade de apresentar notícias positivas, não só pela agenda política mas também pela pressão sobre o presidente do Banco Central, a um passo de deixar o Governo em função do processo a que responde.
O efeito dos juros
Os dados do IBGE para o produto interno bruto não deixam dúvidas. Em primeiro lugar, o comportamento do PIB não é o de uma economia que pretende crescer à taxa de 3% no ano, o que justifica o fato de que vários analistas já reduziram suas estimativas para a faixa de 2,5%. Em segundo lugar, o único setor a apresentar crescimento, mesmo com as perdas devidas à seca, é a agropecuária. Finalmente, a despeito das críticas à valorização do real, o primeiro trimestre apresentou forte aumento nas exportações, apenas parcialmente acompanhado pelas importações.
Macroeconomia %
2012 %
2013
Agropecuária 7,00 7,00
Indústria 1,30 1,30
Serviços 2,00 2,00
PIB 1,00 2,30
Despesas Governo 1,90 1,90
Exportações - 0,20 2,50
Importações 7,40 8,40
Fonte: IBGE
* Projeção: Bacen
Câmbio
O comportamento da balança comercial