Mario vargas llosa - a guerra do fim do mundo
324 palavras
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A Guerra do Fim do Mundo pode ser considerado um raro exemplar dentro da vasta bibliografia de Mario Vargas Llosa, pois não segue o caminho traçado na maioria de suas obras. Em vez de optar por uma reunião de memórias e personagens familiarizados com sua vida pessoal, o autor mergulhou no sangrento confronto da Guerra de Canudos para tentar decifrar a verdadeira face por trás do mito chamado Antônio Conselheiro. Em 1977, Vargas Llosa iniciou este romance, após se encantar, cinco anos antes, com a leitura de Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha, obra que registrou o conflito com detalhes minuciosos e impressionantes. Um dos personagens, inclusive, é um jornalista com traços inspirados no próprio Euclides, principalmente pelo seu aspecto frágil. Em 1980, após exaustivas pesquisas em arquivos históricos e viagens pelo sertão da Bahia, ele terminou A Guerra do Fim do Mundo, livro que atualmente é reconhecido como o seu tour de force. Nele, o habilidoso escritor constrói uma saga que engloba tudo: honra e vingança, poder e paixão, fé e loucura. "Este romance me fez viver uma das aventuras literárias mais ricas e exaltantes", escreve Vargas Llosa no prefácio a esta edição. "Peregrinei por todas as vilas onde, segundo a lenda, o Conselheiro pregou, e nelas ouvi os moradores discutindo ardorosamente sobre Canudos, como se os canhões ainda trovejassem no reduto rebelde e o Apocalipse pudesse acontecer a qualquer momento naqueles desertos salpicados de árvores sem folhas, cheias de espinhos." O resultado foi um épico moderno sobre Antônio Conselheiro e um dos conflitos mais sangrentos da história brasileira. Lançado originalmente em 1982 e fora de catálogo há cerca de vinte anos, A Guerra do Fim do Mundo é o primeiro romance que Vargas Llosa ambientou fora do Peru. Nele, o autor dá; uma nova dimensão à história de Antônio Conselheiro, em que personagens de carne e osso, alguns reais, outros imaginados, empreendem uma saga sem paralelos na história do