Cartas a um jovem escritor
CARTAS A UM JOVEM ESCRITOR, Mario Vargas Llosa, Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2006, 181 pág.
Como se trocando correspondência, o autor, escritor reconhecido no cenário mundial, conversa com um leitor que pretende alçar voo na arte da letras. Sua primeira dica não poderia ser outra: leia. A leitura é requisito básico.
Viajando pelo mundo de Cervantes, Flaubert e outros autores consagrados, traça linhas para a construção de um livro procurando apresentar linhas metodológicas para a criação de um texto claro e coeso.
Com destaque ao poder de persuasão que deve nortear a escrita, diz que o escritor não escolhe seus textos, mas é escolhido por eles. Versa sobre a forma, estilo e coerência, sempre destacando autores do quilate de Borges, Steinbeck, Faulkner, Poe, Kafka, entre outros.
Em todo o livro o autor procura demonstrar que a construção de um romance não é obra do acaso, que depende de um estudo prévio e dedicação daquele que se predispõe a esse propósito.
Para Llosa, “se as palavras e a estrutura de um romance forem eficazes e apropriadas à história que o autor pretende tornar persuasiva, isso significa que seu texto possui um ajuste tão perfeito, uma fusão tão cabal do tema, estilo e pontos de vista, que o leitor, ao lê-lo, ficará de tal forma sugestionado e absorvido pela história que se esquecerá por completo da maneira como ela é contada, envolvido pela sensação de que aquele romance carece de técnica e de forma, de que se trata da própria vida se manifestando através de personagens, cenários e acontecimentos que nada menos são que a realidade encarnada, a vida lida.”
Mario Vargas Llosa é peruano nascido em Arequipa. Autor de livros como “Pantaleão e as Visitadoras”, “Lituma nos Andes” e “A Guerra do Fim do Mundo”, foi candidato a presidente do Peru em 1990, tendo sido derrotado por Alberto Fujimori no segundo turno. Com frequência escreve no jornal O Estado de São Paulo e ao lado de Gabriel Garcia Márquez é um dos