Mariana
O conto “Marina” é publicado em janeiro de 1871, no Jornal das Famílias. No ano anterior, o governo imperial decreta a abolição unilateral da escravidão – mas não no Brasil, e sim no Paraguai, ocupado por tropas brasileiras desde sua derrota na Guerra da Tríplice Aliança. A lei do Ventre livre (e consequentemente, a própria natureza da escravidão) foi um dos assuntos mais polêmicos de 1871, mas os leitores do Jornal das Famílias só souberam disso por outros periódicos: A linha editorial do Jornal das Famílias não era informar as senhoras da corte sobre as grandes questões políticas da sua época, mas publicar folhetins açucarados e histórias moralizantes, receitas e modelagens para costura, artigos sobre artesanato, moda e economia doméstica. Machado de Assis começa a publicar na revista em seu segundo ano, 1864, quando ele contava 25 anos e ainda não era um escritor conhecido, e vai se tornar o colaborador mais prolífico da revista, com mais de 70 textos publicados, entre contos, crônicas e poesias. Apesar do jornal das famílias ter sido fundamental para o desenvolvimento literário de Machado de Assis, podemos especular que não era para ler seus contos que as leitoras compravam a revista: compravam, provavelmente, para ler sobre moda, costura e economia doméstica, ou mesmo para ler os folhetins franceses. Os contos de Machado de Assis vinham como um agradável bônus.
Analise resumida do conto
“Mariana” começa com o narrador, Macedo, Voltando ao Rio depois de uma ausência de quinze anos. O personagem já se estabelece como fútil, pois todas as mudanças que repara na cidade se referem às superficialidades: boutiques, hotéis da moda, etc. Ele encontra um grupo de amigos e começam a conversar sobre o passado. Em breve, um dos amigos, Coutinho, toma controle da voz narrativa da história para explicar porque acabou não casando com uma prima de quem estava noivo. Ele começa contando que mulher que mais o amou em sua vida foi uma escrava de sua