Maria lamas, irene lisboa e alexandre o'neill
Em 1945, Maria Lamas é eleita presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, associação fundada durante a 1ª República e alvo de sistemática repressão pelo regime salazarista. O Conselho viria a ser encerrado algum tempo depois pela P.I.D.E., mas o cargo permite que Maria Lamas percorra o país e conheça melhor a condição das mulheres. Dessas viagens nasce o livro As Mulheres do meu País, que ficará como um referente histórico. Após esta obra publicaria ainda A Mulheres no Mundo e O Mundo dos Deuses e dos Heróis.
A partir de 1961, na qualidade de Membro do Conselho Mundial da Paz fixa-se, em exílio, durante oito anos, na cidade de Paris. Apesar dos seus oitenta anos, apoia ainda com todo o vigor a revolução do 25 de Abril, em Portugal.
Maria Lamas faleceu em Évora aos noventa anos de idade deixando na memória de todos os que com ela conviveram a marca de uma personalidade rica, invulgar e influente, de forma duradoura, para a construção de uma visão nova e alargada do papel da mulher e da democracia.
Irene Lisboa nasceu em 1892. E morreu em Lisboa em 1958. Formou-se pela Escola Normal Primária de Lisboa e fez estudos de especialização pedagógica na Suíça, França e Bélgica, tendo contactado com Piaget, em Genebra.
Foi um dos nomes mais importantes da "escrita feminina" portuguesa do século XX. Estreou-se em 1926, com o livro de contos, 13 Contarelos a que se seguiram dois livros de poesia.
Também sob os pseudónimos de Manuel Soares e João Falco, é autora de uma vasta obra, pouco conhecida, que se reparte entre a ficção intimista e autobiográfica, a crónica, o conto (para crianças e adultos), a poesia, a pedagogia e a crítica literária.
De todas as escritoras suas contemporâneas, Irene Lisboa é, sem dúvida, aquela que recebeu maior reconhecimento crítico, nomeadamente