maranhao
A estrutura narrativa do filme é brilhante, iniciando-se em um momento em que o protagonista está correndo enorme risco de morte. Ele, então, começa a relembrar todos os acontecimentos que levaram a este ponto até retornar ao momento exato de onde saíra, que é o clímax da fita. Tudo é contado com uma naturalidade que evita que o espectador mais distraído se perca, mesmo considerando o grande número de personagens. O filme também usa com habilidade os seus fatos reais, chegando a incorporar uma passagem do Jornal Nacional de 1979 em sua história.
A produção também se revela surpreendentemente cômica em certos momentos, destaque para as seqüências em que Buscapé decide deixar de ser otário e tenta iniciar uma carreira criminosa. Algumas piadas são geniais, mas uma delas em particular deverá colocar todos os críticos de São Paulo contra o filme. Aqui no Rio, por outro lado, ela foi aplaudida durante a pré-estréia [nota de um editor paulistano: aqui em São Paulo, na primeira pré-estréia do filme, a cena TAMBÉM foi apreciada]...
Não bastasse isso, o filme tem uma das melhores fotografias da história do cinema brasileiro. Nestes tempos pós-Gladiador em que Hollywood parece acreditar que câmeras com Mal de Parkinson e cortes a cada três segundos são sinônimos de boa fotografia, ver algo criativo, ousado e inteligível em uma fita brasileira é motivo de orgulho.
Vale a pena também mencionar os atores. Ao invés de recorrer a um elenco Global que seria tão artificial em uma favela quanto o é em uma novela da TV, os produtores recorreram a um expediente