Mar Português - Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa a 13 de Junho de 1888, filho de Joaquim de Seabra Pessoa e D. Maria Madelena Pinheiro Nogueira.
No sucedido de seu pai ter morrido quando ele tinha 5 anos (1893), sua mãe volta a casar com o Consul de Portugal em Durban, Comandante João Miguel Rosa. Devido a isto, Pessoa passa a sua infância e adolescência em Durban, África do Sul. Com 15 anos, ganhou o prémio Rainha Vitória no ensaio em inglês, no exame de admissão, na Universidade do Cabo da Boa Esperança em 1903.
Em 1905, volta a Lisboa iniciando o Curso Superior de Letras. Desiste do curso de letras para iniciar uma tipografia que fracassou. Em 1908, começa a trabalhar como correspondente estrangeiro (redator de cartas comerciais em inglês e francês) em escritórios comerciais; apesar de esta ser uma actividade modesta, foi o que acabou por sustentá-lo a maior parte da sua vida.
Pessoa escrevia poemas em inglês, francês e português.
Em 1914, cria os heterónimos (autores fictícios com personalidades) de Alberto Caeiro (simples “guardador de rebanhos” que só se importa em ver de forma objectiva e natural a realidade), Ricardo Reis (nasceu no Porto e formou-se em medicina) e Álvaro de Campos (engenheiro de educação e origem inglesa).
Em 1920, conhece Ofélia Queiroz, por quem se apaixona, apesar de estar sempre a terminar o seu namoro.
Em 1934, publica o livro “A Mensagem” e, um ano depois, em 30 de Novembro de 1935 falece em Lisboa.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Este poema trata sobre a época das navegações portuguesas, ou seja, sobre a época d’Os Descobrimentos.