Capítulo XVI – Liberalidade e parcimônia Neste capítulo, Maquiavel disserta sobre os problemas decorrentes das reputações de liberal ou parcimonioso atribuídas ao príncipe. Segundo o escritor, a liberalidade (generosidade, para uma interpretação mais adequada, visto que naquela época o conceito de liberal inexistia) põe em risco seu reinado, uma vez que para ser liberal o monarca não deixará de praticar atos suntuosos, luxuosos. Tais atos terão como consequência o ódio dos súditos pelo príncipe, uma vez que ele utilizará de todos os meios possíveis para suprir os gastos da Coroa, o que inclui a opressão de seus súditos. Diante disso, Maquiavel diz que é melhor ser parcimonioso, mesmo sendo tachado de miserável. Em virtude dessa conduta o soberano não sobrecarregará os súditos, terá recursos suficientes para se defender dos inimigos que quiserem atacá-lo e para empreendimentos futuros, não ficará pobre e desprezado e nem será obrigado a ter uma conduta rapace, de subtração, extorsão do patrimônio alheio. Logo, conclui-se que: “A falta de Liberalidade é um desses defeitos que lhe permitem reinar”. Entretanto, ao término do capítulo, o autor coloca que aquele que está a caminho de se tornar príncipe necessita ser considerado liberal, contanto que corte gastos ao chegar ao poder, como fez papa Júlio II, mas que ao exercer efetivamente o poder, começou uma política de retenção de despesas, e assim, pode fazer a guerra. Maquiavel ainda afirma que a liberalidade é positiva para o príncipe quando os recursos gastos partem dos resgates de guerra e do roubo da riqueza dos perdedores. Este ato aumentaria a reputação do príncipe perante os súditos, e tais atos são reconhecidos, por exemplo, no governo de Ciro, César e Alexandre.
Capítulo XVII – A crueldade e a clemência. Se é preferível ser amado ou temido.
Neste capítulo clássico da obra de Maquiavel, fica clara a frieza objetiva do autor. De acordo com suas palavras, um príncipe, preferivelmente,