Maquiavel o principe

O PRÍNCIPE
Maquiavel

(MAQUIAVEL, Nicolau. O Principe. 6 edição; São Paulo. Editora Martin Claret Ltda. Tradução por Leda Beck, 2013)

Na segunda parte de seu livro, na qual são tratadas as atitudes e estratégias de um Principe, Maquiavel aborda temas mais polêmicos, pelos quais fora a seu nome justamente atribuídos adjetivos de má índole. Aqui ocorre a inversão dos valores clássicos cristãos, pois não obstante não ser contra esses valores, ele acredita não serem apropriados a um administrador político manter de forma duradoura seu estado. Este texto se trata dos capítulos XII ao XXVI da obra. Sobre os soldados auxiliares, mistos e próprios, abordados no capítulo XIII, a opinião de Maquiavel resume-se basicamente no fato de que é melhor perder com exercito próprio do que depender, em qualquer instância, de outrem. Com o exemplo do Papa Julio, que recorreu às armas do rei da Espanha, Fernando, ele prova que essas armas que não são suas serão a ti sempre danosas, pois se com elas perdes, permaneces derrotado; em caso de vitória, torna-te prisioneiro à elas.
“Aquele que não quer vencer valhe-se dessas armas; porque são muito mais perigosas que as mercenárias, [...] são todas unidas, todas obedientes a outrem; mas as mercenárias, uma vez vitoriosas precisam de mais tempo e mais ocasião para ofender-te, [...] pois foram encontradas e pagas por ti”. (pagina 112)

Portanto, um príncipe sábio sempre evitará esse tipo de armas e usará suas próprias, já que prefere perder com as suas do que vencer com as de outrem, uma vez que a vitória conquistada com armas alheias não são verdadeiras. Ainda, ele afirma que a armas alheias ou escorregam do teu corpo ou pesam muito e restringem teus movimentos. Sem armas própria nenhum Estado ou principado está seguro, e deve tudo, desde forma, à fortuna. No capítulo XIV, o autor observa que um príncipe não pode priorizar nada antes da arte da guerra, suas ordenações e disciplina. Essa arte é a responsável, muitas vezes, por