Manuel bandeira (1886-1968)
Ainda jovem, muda-se para o Rio de Janeiro, onde faz seus estudos secundários. Em 1903 transfere-se para
São Paulo, onde inicia o curso de Engenharia na Escola Politécnica. No ano seguinte, interrompe os estudos por causa da tuberculose e retorna ao Rio de Janeiro. Desenganado pelos médicos, passa longo tempo em estações climáticas do Brasil e da Europa, onde toma contato com a poesia simbolista e pós-simbolista.
Nessa fase é que inicia-se realmente a produção poética de Manuel Bandeira, conforme explica o crítico
Davi Arrigucci Jr.:
"A poesia de Bandeira (..) tem início no momento em que sua vida, mal saída da adolescência, se quebra pela manifestação da tuberculose, doença então fatal. O rapaz que só fazia I versos por divertimento ou brincadeira, de repente, diante do ócio obrigatório, do sentimento de vazio e tédio, começa a fazê-los por necessidade, por fatalidade, em resposta à circunstância terrível e inevitável".
Em 1917 publica seu livro de estréia "A cinza das horas", de nítida influência parnasiana e simbolista.
Ainda nesse período fixa-se no Rio de Janeiro, onde escreve poesia e prosa, faz crítica literária e leciona na
Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1919 publica a obra "Carnaval". Nessa obra já faz uso do verso livre. Por isso, os Modernistas viram em Manual Bandeira um precursor do movimento Modernista.
Bandeira influenciou tanto os jovens modernistas que Mário de Andrade chamava-o de "São João Batista do modernista brasileiro". Apesar disso, em 1922, por não concordar com a intensidade dos ataques feitos aos parnasianos e simbolistas, não participa diretamente da Semana de Arte Moderna. No entanto, seu poema "Os Sapos", lido por Ronald de Carvalho, provocou reações radicais na segunda noite do acontecimento. Entre 1916 e 1920, enquanto lutava contra a tuberculose, perde a mãe, a irmã e o pai, passando a viver solitariamente, apesar dos amigos e