Manifesto pelo direito de acreditar
Nos últimos seis anos, lecionei no cursinho gratuito “Projeto Universidade Para Todos”. Lá, vi sonhos de estudantes de escolas públicas (tão semelhantes à meninazinha exilada que aos 17 anos deixou seu mundo) se realizarem. Servi de degrau à conquista de alguns milhares de jovens pobres, e de seus genitores e progenitores que não tiveram as mesmas possibilidades e então se realizavam por tabela no sucesso dos filhos. Vi filhos de pedreiros virando engenheiros e filhas de domésticas virando psicólogas. Uso o impróprio verbo virar para metaforizar, mesmo, a virada nas condições e expectativas de vida dessa gente tanta, e tão forte, e tão resistente. Mas essa felicidade de pobre, mais essa (!) não passou impune. Mais uma vez, as pressões do capital ameaçam anular gente boa, destitui-la dos sonhos, dissuadi-la das ilusões. O Projeto Universidade Para Todos parece estar com os dias contados.
O cursinho, de perfil filantrópico, funciona movido a apoios, patrocínios, investimento de quem pode em quem quer e sabe fazer as coisas. Já contou com o suporte de Prefeituras – Guarapari e Serra, por exemplo –, de empresas particulares como a Arcelor, e, em sua época áurea – áurea por conta