Manifestações sem Rumo?
Rio de janeiro Janeiro/ 2014
Manifestações sem rumo?
Para dar inicio a este pequeno trabalho, volto no começo da década de 90, nas grandes manifestações que ocorreram no Brasil pedindo o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, pois, frente aos fortes indícios de corrupção em seu governo, a juventude conhecida como “Caras Pintadas” pedia a saída do presidente, que havia sido o primeiro eleito por voto direto após o fim da ditadura civil-militar.
Portanto, no que diz respeito aos manifestantes daquele período, quando não alcançavam os objetivos pretendidos, proporcionavam um debate sobre a situação política do país e estimulavam a participação política de um número maior de pessoas. Foi o caso da campanha pelas Diretas já, iniciada a partir de 1983, pois o objetivo do movimento era a provação de uma lei que possibilitasse a eleição direta para Presidente da República, já que o país ainda vivia os últimos anos da ditadura civil-militar. Já nos anos atuais, no primeiro semestre de 2013, houve uma série de manifestações populares nas ruas de centenas de cidades Brasileiras, tendo inicialmente o foco na revogação do aumento da passagem do transporte público. Não obstante, uma série de demandas foram incorporando à agenda prioritária fazendo com que a mídia diminuísse o potencial emancipatório dos eventos, cobrindo-os de forma omissa e fazendo dos eventos uma ameaça a democracia.
“O fato de não existir um programa é em si algo que deve ser interpretado e que nos diz muito sobre nossa condição político-ideologica” (Zizek- O ano em que sonhamos perigosamente)
Desse modo, há uma desorientação na população