Manifestações de Junho de 2013 no Brasil - Hannah Arendt, Michel Foucault e Giorgio Agamben
Giorgio Agamben1
Apresentação
O presente Ensaio tem por objetivo fazer uma análise crítica do que foram as manifestações de junho de 2013 no Brasil. Colocando em primeiro plano de análise suas personagens, contexto histórico e os resultados dessas ações, usando como instrumento para tal exame alguns conceitos da filósofa Hannah Arendt e dos dois filósofos Michel Foucault e
Giorgio Agamben.
As Manifestações de Junho de 2013
A onda de manifestações ocorridas em junho de 2013, no Brasil, foi tema para grandes discussões, em razão de sua imprevisibilidade e as grandes consequências que repercutiram dentro desse cenário. Um cenário composto de diversos protagonistas, cabendo nesse relatório uma análise dos principais.
Nesse grande palco, cuja plateia era o mundo, um dos principais protagonista, ou melhor, uma das grandes vilãs nas Manifestações foi a Polícia Militar. Sua ação violenta no início das chamadas Jornadas de Junho foi fundamental para que crescesse o número de adeptos às manifestações, iniciadas com um grupo pequeno de manifestantes do Movimento
Passe Livre. A população, majoritariamente jovens, indignada com tal ação e de acordo com a causa de redução dos R$ 0,202, juntamente com a mobilização via internet, foram às ruas. Foi
1 Karinna Silva de Moura Cezário, graduanda em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo –
Campus Guarulhos.
2 Caso da cidade de São Paulo.
onde surgiu a explosão de manifestos em todo o país. Mas por que a polícia foi uma das grandes vilãs dos manifestantes? O problema não era o aumento do preço das passagens de ônibus? Uma ação imprevisível não é tão fácil responder ou reagir, principalmente quando não é apenas ação de uma pessoa da periferia, preta, que se resolve com bala ou cadeia, e sim de um grupo de todas as raças de diferentes classes sociais nos centros e periferias de São Paulo, Rio de Janeiro,