manejo comunitario em saude mental
“a reinserção social passa a ser o principal objetivo da Reforma Psiquiátrica”
O papel das instâncias comunitárias no apoio às pessoas que apresentam comportamentos anormais, particularmente a importância da família para a recuperação e reintegração social da pessoa doente. As práticas e ações nas quais os familiares e outros membros da comunidade se engajam são discutidas através da idéia de manejo terapêutico comunitário, entendida como o conjunto de iniciativas de determinadas redes sociais, destinadas a enfrentar as implicações decorrentes de um problema de saúde, o que inclui cuidados diários, busca de tratamento e esforço para sua' reabilitação e reintegração social
Não se pode negar que a doença crônica leva à exclusão do doente da vida social. Para a família o doente mental crônico representa uma "cruz a ser carregada", um "sofrimento" coletivo, em certa medida compartilhado com outros membros da comunidade. Para o portador esta experiência não pode sequer ser compreendida pelos outros, em virtude das diferenças de percepção e experiências. Em outras palavras, a pessoa doente se vê confinado em sua própria experiência, como resultado das construções sociais a respeito de seu comportamento, que resultam da rotulação e estigmas decorrentes da imprevisibilidade, agressividade, recolhimento, exposição pública, amoralidade. Estes são apenas alguns dos comportamentos sociais geralmente associados aos doentes crônicos que podem resultar em exclusão do convívio social ou público. Várias abordagens na moderna psiquiatria, influenciadas pela sensibilidade aos fatores culturais consideram que a vida em comunidade, longe de instituições psiquiátricas, é fundamental para a reconstrução da identidade e ressocialização dos portadores de perturbações mentais/emocionais crônicas que se situam nos limites das possibilidades de tratamento. Contudo, quando se encerram as crises que exigem alguma forma de