Manauara ou Manauense?
Toda cidade ou região tem vocábulos que a caracterizam. Manaus não escapa a regra, pelo contrário, o vocabulário de Manaus é tão vasto que tem até nome: Amazonês.
Em Manaus, bombom é bala e bala pode ser outra coisa (vide bala de cupuaçu). Cuidado quando o prato tiver mangarataia, afinal, pode ser que você não goste tanto assim de gengibre. Se a comida tiver murupi é melhor nem arriscar - a não ser que você seja muito fã de pimenta.
Pedir um guaraná pode ser um dilema, já que poderá escolher entre Real, Baré, Magistral, Regente... todos refrigerantes de guaraná, cada um com um sabor diferente. Bombom - aquele de chocolate - pode ter recheio de: açaí, bacuri, buriti, cupuaçu, araçá-boi, camu-camu. Também pode ter recheio de castanha da amazônia - nunca chamada de castanha-do-Pará porque "se for do Pará rouba o gosto", já que em Manaus "paraense" é sinônimo de ladrão (isso é um fato linguístico, nesse texto não estou fazendo juízo de valor). Aliás, chamar alguém de paraense em Manaus é xingamento - e dos piores! -, sendo, inclusive, a causa declarada de algumas mortes.
Rotatória é bola; lagartixa é osga; mosquito é carapanã; cajá é taperebá; grande é maceta; galeroso é pivete; idiota é leso e idiotice é leseira.
Costas é costa com toda a conjugação decorrente da retirada do "s". Ponto de ônibus sempre será parada de ônibus, e é melhor não se confundir e dizer que vai para o ponto porque ponto é outra coisa.
Se falarem que você é pai-d'égua não se preocupe: não estão te chamando de cavalo. O que estão dizendo é que você é muito legal.
Maninho é uma espécie de vocativo do tipo "cara", mas é de um jeito carinhoso. Aliás, se você gosta de carinho pode ir a Manaus, que lá todo mundo é chamado de querido, amado, amor...
Garantido e Caprichoso são mais do que adjetivos e, se alguém perguntar "qual é o seu boi?", cuidado para não dizer o nome do seu marido. Se for convidado para ir aos currais dos bois, provavelmente não estão