mama
Sérgio Simon é médico oncologista e trabalha no Hospital Albert Einstein.
O tratamento do câncer de mama evoluiu muito nos últimos anos. Não faz muito tempo, quando surgia um tumor, o cirurgião retirava a mama inteirinha, o músculo que ficava abaixo dela, os gânglios todos da região axilar e a pele ficava ondulada sobre o gradeado costal, possibilitando distinguir com clareza a anatomia das costelas.
Atualmente, as cirurgias costumam ser muito econômicas, porque os diagnósticos são cada vez mais precoces. Com frequência, o que se faz necessário é a retirada de pequenos fragmentos da mama e de alguns gânglios debaixo do braço.
Essa evolução no tratamento representou um grande avanço para a saúde da mulher e proporcionou melhor entendimento do processo da carcinogênese, isto é, do mecanismo que leva à transformação de uma célula normal em célula maligna. Na grande maioria dos casos, a mutilação do passado tornou-se coisa obsoleta.
MASTECTOMIA X CIRURGIAS CONSERVADORAS DA MAMA
Drauzio – A que se deve essa mudança no paradigma do tratamento do câncer de mama que possibilitou realizar cirurgias mais conservadoras no lugar das mastectomias radicais?
Sérgio Simon – Na verdade, foi o melhor entendimento do processo de evolução do câncer dentro da mama. Como se conhece melhor o caminho por onde o tumor se dissemina, hoje se consegue, com uma cirurgia de menor porte, fazer um cerco completo ao redor das células malignas.
Não se pode deixar de dizer, porém, que as cirurgias radicais constituíram um avanço fundamental na história da medicina, porque possibilitaram curar muitas mulheres que estavam fadadas a morrer de câncer. No entanto, com o passar dos anos, percebeu-se que para tumores pequenos, com até 2,5cm ou 3cm, não fazia sentido indicar uma cirurgia tão vasta, embora a mastectomia seja ainda a solução para tratar tumores maiores.
Cabe registrar ainda que, em 2002, foram realizadas duas retrospectivas avaliando os resultados