Malala
A sociedade paquistanesa é bastante rigorosa quando se trata de tradição. Se comparada à sociedade ocidental, pode ser considerada imutável. As mulheres não são ovacionadas quando concebidas, diferente dos homens, e com Malala Yousafzai não foi diferente. Malala cresceu em um lar sempre cheio e barulhento, conta ela. As mulheres, que vivem sobre terrorismo e discriminação pelo seu sexo, sempre por trás de uma cortina onde realizam seus afazeres domésticos e os homens passam a maior parte do tempo fora de casa, como uma tradicional família paquistanesa. O pai de Malala, Ziauddin Yousafzai é professor e sempre incentivou a filha a estudar, principalmente, Física e Literatura. A paixão pelos livros veio desde cedo, mas o Talibã veio a interromper os estudos para milhares de mulheres fechando as escolas. Ir para a escola deveria ser algo normal, mas nem o uniforme poderia mais ser usado para não denunciar onde se estava indo. Num país dominado por extremistas religiosos que usam a violência para manipular o povo e dominar a nação, onde mulheres são condenadas ao jugo do homem e à ignorância eterna, uma menina ousou contestar. Malala trouxe mudanças significativas à história, com apenas 16 anos de idade ela é a porta voz de uma multidão conformada e é um exemplo vivo de perseverança. Ela decidiu lutar pelos seus sonhos, objetivos e um acesso universal a educação. Por não ter se conformado em viver na ignorância e nem ter se deixado calar por ameaças ela recebeu o Prémio Sakharov para liberdade do pensamento. Mas tem pouco a comemorar, sua luta apenas começou, Malala sofreu um atentado organizado pelo Talibã, foi baleada e ficou em estado crítico, com a sua milagrosa recuperação, sua coragem renasceu mais forte. A educação é um direito de todos, e Malala mostra que não só devemos lutar pela educação como pelos nossos direitos. Não se pode abaixar a cabeça e se conformar com as