Maiêutica
Sempre antecipando minhas inúmeras mortes
Ela surge como um suave estorvo
Depois cicatrizando meus profundos cortes
Aparece em forma de um lindo corvo
Uma ave agourenta que me assusta e fascina
A angústia para o meu já formado saber
A tristeza opressiva que me incomoda e anima
A reforma em meu já consolidado prazer
Luto, mas para ser sempre derrotado
Perder para ela,é minha sorte
Preso a ela, sou novamente libertado
Pronto para viver outra morte
Em cada morte, fica mais distante a caverna
A moradia dos prisioneiros da certeza
Escravizados por uma tola verdade eterna,
Desconhecem da dúvida, sua beleza
Autor: Marcelo Maia
O Sonhador (Sessão "Relíquias") Essa não e´ minha primeira poesia, porém é a mais antiga que tenho e recordo. Possuo o manuscrito(coisa de múmia?) original até hoje. Ela é bem "John Lennon", que na época era minha maior referência poética e, até arrisco a dizer, filosófica.
Reproduzi-la-ei tal como se encontra no original de 28 de Julho de 1984, por isso sejam bonzinhos com esse simples poeta de apenas 14 anos. As palavras em destaque são alguns erros de escrita cometidos por mim, na época .
O SONHADOR
Poderia existir um lugar
Onde amar não é pecar
Calar não é se acovardar
Falar sem o próximo humilhar
Eu sou um sonhador
Pra dizer sobre o amor
Pra não pensar em dor
Não ter preconceito de cor
Queria um mundo
Onde nada é fundo
Tudo é raso
Tristeza é apenas um caso
Onde viver é saber
Querer é ter
Morrer sem ninguém entristecer
Ceder e receber
Onde todos são amados
Ninguém é assassinado
Ninguém é amedrontado
Ah, como é bom sonhar sem ser pertubado
Mas para a realidade, devo estar acordado
E perceber que tudo foi sonhado
É melhor eu ficar calado
Senão dirão que sou um pobre coitado
Falarão que eu cometi pecado
Ah! Acabou tudo. acabou o meu mundo
Sem nenhum fundo
EU SONHEI DEMAIS.
Autor: Marcelo Maia