MAIAS
As personagens intervenientes neste jantar são Sousa Neto, Condessa e Conde de Gouvarinho e João da Ega.
Sousa Neto é representante da Administração Pública, revelando-se ignorante e subserviente e ouvindo a opinião de qualquer um por mais ridícula que seja. É um exemplo da burocracia, revelando-se incompetente e intelectualmente enfraquecido.
A Condessa é uma pessoa fútil que só quer alguém pelo seu valor monetário ou social, presa a um casamento fracassado. Esta procura o amor de Carlos da Maia, fingindo que é uma consulta para o seu filho, marcando, assim, um encontro amoroso com ele.
O Conde de Gouvarinho representa a classe política mostrando-se inapto nas suas funções, casou com a sua mulher por ser filha de um comerciante rico do Porto, juntando o título de ministro e par do reino à sua fortuna.
João da Ega introduz-se nas conversas do Conde de Gouvarinho e Sousa Neto sempre com muita ironia para ilustrar a ignorância e incapacidade destas duas personagens.
Durante o jantar, o Conde, Sousa Neto e Ega discutem qual o lugar da mulher na sociedade e a sua educação. Ega diz que a mulher tem dois deveres: o primeiro de ser bela e em segundo o de ser estúpida. O Conde apoia esta afirmação, acrescentando que o lugar da mulher era a cuidar das crianças e não nas bibliotecas, mas contradiz-se ao dizer que era agradável uma senhora poder falar de literatura ou acontecimentos sociais. Neto concorda dizendo “…Uma senhora, sobretudo quando ainda é nova, deve ter algumas prendas.” Mas Ega discorda fervorosamente dizendo que uma mulher culta é uma aberração e apenas necessita de duas e só duas prendas: cozinhar e amar bem.