Maias
Os Maias apresentam algumas características da tragédia clássica. Salientam-se as seguintes:
A ação da intriga principal apresenta uma estrutura tripartida da tragédia: peripécia – aparecimento de Guimarães; reconhecimento – revelações de Guimarães; catástrofe – morte de Afonso e separação de Carlos e Mª Eduarda.
Afonso, Carlos e Mª Eduarda destacam-se das restantes personagens pela sua superioridade física e intelectual;
O papel do destino, da fatalidade:
O nome Carlos Eduardo
“Andava lendo uma novela de que era herói o último Stuart, o romanesco príncipe Carlos Eduardo; e namorada dele, das suas aventuras e desgraças, (...) Um tal nome parecia-lhe conter todo um destino de amores e façanhas.” (p.38)
As referências de Ega
“…só pelo modo como Carlos falava daquele grande amor, ele sentia-o(…) para bem ou para mal tornando-se daí por diante(...)o seu irreparável destino.” (p.417)
Carlos acha semelhança nos nomes, concordância de destinos.
“Maria Eduarda, Carlos Eduardo…Havia uma similitude nos seus nomes. Quem sabe se não pressagiava a concordância dos seus destinos!” (p.346)
Afonso refere-se também ao destino.
“E afastou-se, todo dobrado sobre a bengala, vencido enfim por aquele implacável destino...” (p.646)
Uso de palavras da família de fado.
“fatalmente”, “fatais”, “fatalidade” – pressente-se que o destino comanda as vidas.
Os indícios e os presságios
Referência de Vilaça às paredes fatais do Ramalhete
“e por fim aludia mesmo a uma lenda, segundo a qual eram sempre fatais aos Maias as paredes do Ramalhete…”(p.7)
“Há três anos(…)lembrei-lhe eu que, segundo uma lenda, eram sempre fatais aos Mais as paredes do Ramalhete.(…) Pois fatais foram!” (p.681)
Ega prevê o desfecho dos amores de Carlos
“Tu és simplesmente, como ele, um devasso: e hás-de vir a acabar desgraçadamente como ele, numa tragédia infernal!” (p.152)
A decoração de espaços
Ramalhete – numa primeira fase, frio,