magnificação na baia de guanabara
Existe uma grande preocupação com relação ao aumento da poluição ambiental resultante do incremento do emprego intensivo e extensivo de produtos químicos, da liberação de substâncias potencialmente tóxicas, dos lançamentos de efluentes industriais e urbanos, bem como de seus efeitos para os ecossistemas e, consequentemente, para o homem.1 Com o aumento das atividades industriais, agrícolas e mineradoras, bem como o crescimento populacional observados no último século, uma série de contaminantes (matéria orgânica, poluentes orgânicos e um grande número de compostos metálicos) vem sendo liberada para o meio ambiente, principalmente para a atmosfera e os ecossistemas aquáticos.2 Os contaminantes de compostos metálicos presentes nos efluentes das atividades antrópicas apresentam pouca solubilidade na água resultando, então, em baixas concentrações, mesmo em locais próximos às suas emissões pontuais, via efluente. Entretanto, em ambientes estuarinos, os contaminantes metálicos estão preferencialmente associados ao material particulado em suspensão, que lhes serve de veículo para áreas mais distantes das suas fontes.3
Dentre os diferentes metais que despertam interesse ambiental, presentes nos efluentes industriais e agrícolas e que, também, em diversas regiões apresentam concentrações naturais relativamente elevadas, encontra-se o mercúrio (Hg). A exposição ambiental ao Hg via cadeia alimentar, principalmente para consumidores de nível trófico superior, incluindo-se o homem, é significativamente maior, uma vez que este metal apresenta alta toxicidade e capacidade de sofrer biomagnificação ao longo das cadeias tróficas.4 Este metal na sua forma orgânica mais tóxica, metilmercúrio (MeHg), é bioacumulado em até um milhão de vezes ao longo da cadeia trófica aquática, desde a sua base (micro-organismos e plâncton) até os organismos de topo (peixes predadores e mamíferos) através de adsorção na superfície corporal e, principalmente, pela ingestão de alimento