Macunaima - resumo
[Mario de Andrade]
1- Enredo
À semelhança dos relatos épicos ditos populares, Macunaíma é uma longa seqüência de lendas variadas e justapostas e de numerosas ações, quase todas praticadas pelo herói homônimo e não raro apresentadas de forma um tanto desconexa. Dada a grande quantidade de eventos relatados e, mais ainda, dado o fato de quase todos terem, na economia da obra, importância mais ou menos igual se comparados entre si, torna-se praticamente impossível condensar organizadamente o enredo. De toda maneira, parecem ser os seguintes os principais eventos que formam a moldura narrativa da obra:
Às margens do Uraricoera, filho de uma índia da tribo dos tapanhumas, nasce Macunaíma, um menino preto retinto e feio. Apenas aos seis anos começa a falar e uma das poucas coisas que repete continuamente é: 'Ai, que preguiça'. Contudo, é muito ativo em seus brinquedos com as mulheres. Tem dois irmãos mais velhos, chamados Maanape e Jiguê, e uma cunhada, Sofará, mulher do segundo. Quando esta o leva a passear, Macunaíma transforma-se em um belo príncipe e brinca com ela, o que irrita Jiguê, que a devolve aos pais e faz de Iriqui sua nova mulher, a qual, por sua vez, também brinca com Macunaíma. Desta vez, porém, Jiguê se conforma.
Por artes da cutia, que lhe dá um banho de água envenenada de mandioca, Macunaíma se transforma em homem, mas sua cabeça, a única parte do corpo que não fora molhada, fica pequena. Um dia sai à caça e encontra uma veada com cria e a mata. Fora uma peça que Anhangá lhe pregara, pois ao aproximar-se do animal morto vê que é a própria mãe. Aflito, chama Maanape, Jiguê e Iriqui e todos choram muito. Em seguida partem 'por este mundo'. A certa altura, Macunaíma encontra e, com a ajuda dos irmãos, possui CI, a Mãe do Mato, rainha das icamiabas [uma tribo de 'mulheres sozinhas', ou amazonas], transformando-se, em virtude disto, em Imperador do Mato-Virgem. A viagem continua e Ci, que os acompanha, ao final de seis meses tem um