Macroeconomia
Inflação – Desemprego
O trabalho pioneiro de Phillips1 abarcava a situação na Grã-Bretanha de 1861 a 1957. A relação que obteve entre a variação dos salários e o nível de desemprego depois de se ter tornado numa das relações mais famosas em economia, tornou-se numa das mais controversas. As questões que devemos colocar a propósito desta relação são as seguintes: a) existirá tal relação?; em caso afirmativo, b) será ela estável no tempo? Iremos procurar responder a estas duas questões. O conceito de estabilidade pode envolver também um aspecto econométrico que não trataremos aqui2. No início, a CP 3 preenchia o vazio da inflação em modelos de preços fixos. A evolução dos nossos conhecimentos, em economia, levou-a para o estudo das dinâmicas de salários (preços) e das taxas de desemprego. A CP vai do universo de salários nominais rígidos –tipo keynesianos– ao mundo que atribui importância às antecipações em contexto de informação imperfeita com antecipações adaptáveis –tipo monetaristas–, ou com antecipações racionais –tipo novi-clássicos–. O toque de finados da CP começa com o seu estatuto para os autores novi-clássicos.
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Phillips (1958). Resumidamente, podemos dizer que se a taxa de desemprego for uma série I(1) então não temos razão para acreditar que exista um qualquer valor de equilíbrio desta taxa para o qual os valores efectivos deveriam retornar. 3 Abreviatura que usaremos para “curva de Phillips”, ou “relação de Phillips”.
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Macroeconomia, Apontamentos da 7ª Lição
CURVA ORIGINAL
A análise de Phillips foi de natureza estritamente empírica. Para o período de 1861-1913 obteve a melhor relação: ∆w t = 9, 64 ⋅ U −1,39 − 0,9 4. Para um valor da taxa de t
desemprego igual a 5,5(%), a taxa de crescimento dos salários era assim nula. Aquela equação pode ser simplificada fazendo-se a aproximação de Taylor, de primeira ordem, à volta do ponto U t = U(= 5,5)
−2,39
∆w t = − (1,39 × 9, 64 ) ⋅ U