maconha?
Preferia continuar assim, mas as circunstancias me obrigaram a ver a situação de uma forma diferente.
No auge dos meus 45 anos, vivia minha vida solitaria, sem muitos amigos, familia ou compania. Sem parentes proximos desde os 29, encontrei na minha empregada doméstica uma segunda mae. Sempre foi uma mulata bem gorda, disposta e alegre, mas que com o passar do tempo foi se tornando uma pessoa fechada e sensível.
Não conseguia entender o motivo, e adimito que não tentava. Me reconfortava pensando que era culpa da idade avançada, eu tambem não era a mesma pessoa de anos atras.Mas no fundo eu sabia, sabia muito bem que tinha algo a mais. Problemas com a familia? Vai saber.
Um dia tudo se esclareceu. Mara, minha empregada, chegou em casa exalando um cheiro bem desconfortante. Tentei assimilar durante um tempo que cheiro era esse, até que tudo clareou. Era maconha. Quase não pude acreditar.
Tudo fazia mais sentido agora, ela estava deprimida pois já estava viciada por essa maldita erva. Eu estava sustentando o vicio de uma drogada sem ao menos imaginar. A confiança que eu tinha na Mara era inexplicável, ela era minha única companhia. Minhas ideias ainda estavam bagunçadas, mas mesmo assim fui conversar com ela.
-Sua drogada! Você está usando drogas? Você não tem responsabilidade?
-O que é isso Dona Maria?
-Não venha negar neguinha dissimulada. Eu confiei em você. Você praticamente cuida de mim, onde está sua responsabilidade?
-Dona maria, não é nada disso. Eu estou doente.
-Sim, eu sei que esta! Esta viciada!
-Nãaaaao é nada disso, pare me julgar e me escute por