lógica
1. Definição e objeto da lógica.
O homem põe-se, sem cessar, uma quantidade de questões variadas às quais procura responder o melhor possível; estas questões referem-se à busca da sua alimentação, à sua proteção, à conduta a ter em diversas circunstâncias, enfim, se ele tem prazer e gosto, elas são de ordem científica, artística, filosófica e religiosa. Responder a estas questões é satisfazer a necessidade de conhecer. Graças ao seu pensamento, ao seu espírito, o homem tenta conhecer uma quantidade de coisas que o interessam, quer tenham para si uma utilidade direta quer correspondam às suas aspirações ideais.
Certos conhecimentos são obtidos imediatamente pelo homem, sem exigir dele um muito grande esforço de espírito. Por exemplo, as duas questões seguintes podem receber uma resposta imediata: «Chove aqui e agora?» e «Atualmente, sofro fisicamente?». A resposta à primeira questão, fornecida pela interpretação dos dados dos sentidos, é um pouco menos direta e imediata que a resposta à segunda que releva da tomada de consciência de um estado interior; mas, numa primeira aproximação, consideramo-las ambas como imediatas […].
Por outro lado, há conhecimentos que, para serem obtidos, exigem um esforço do espírito, muitas vezes, longo e, por vezes, penoso. Neste caso, o pensamento parte de certos conhecimentos já adquiridos e transforma-os gradualmente, combinando-os uns com os outros, até que obtenha a resposta desejada. A operação que permite passar dos conhecimentos adquiridos aos conhecimentos procurados chama-se raciocínio. […]
Na vida prática, o raciocínio é constantemente utilizado: é, então, raramente rigoroso como nas matemáticas e limita-se, a maior parte das vezes, a fornecer conhecimentos mais ou menos prováveis. […]
A experiência ensina que nem todas as soluções imaginadas têm o mesmo valor. Muitas não atingem o resultado esperado, ou porque se procurou o seu fundamento em informações inexactas (erro material) ou porque