Lógica Simbólica
Na língua portuguesa, por exemplo, os símbolos “neve” querem dizer algo, mas estes mesmos símbolos nada querem dizer em francês, que usa os símbolos “neige” para referir o mesmo. Também a linguagem musical ou a linguagem pictórica são simbólicas, pela simples razão de que todas as linguagens são simbólicas. O que dá a impressão de só a lógica simbólica ser uma linguagem simbólica é o facto de se olhar para os símbolos apenas sem entender o que eles querem dizer — ao passo que olhamos para símbolos como “neve” e nem pensamos nos símbolos, mas antes directamente o que esses símbolos querem dizer.
Assim, falar da lógica simbólica pode revelar duas coisas. Primeiro, que não se vê que estamos rodeados de símbolos porque estamos rodeados de linguagem e toda a linguagem é simbólica. Segundo, que se olha para os símbolos da lógica e não se vê o que eles querem dizer, mas apenas as próprias marcas no papel ou num quadro. Que é exactamente o que acontece quando uma pessoa que nada sabe de música olha para uma pauta musical: só vê gatafunhos aparentemente frios e desumanos, que nada parecem querer dizer, quando na realidade pode estar a olhar para o registo de uma peça pungente, como esta.
ARANHA e MARTINS (2004) abrem o capítulo sobre Lógica simbólica lembrando que "na longa tradição herdada desde Aristóteles, muitos dos problemas enfrentados pelos lógicos decorrem de que as línguas se prestam a ambiguidades, equívocos, falta de clareza, além de deixarem prevalecer conotações emocionais que perturbam o raciocínio. Daí a importância da criação de uma lógica simbólica em uma linguagem