Lusíadas
Canto I (est. 103 – 106)
Acontecimento motivador das reflexões – chegada a Mombaça, cujo rei fora avisado por Baco para receber os portugueses e os destruir.
Reflexões do poeta
Depois de ter contado as traições e os perigos a que os navegadores estiveram sujeitos – ciladas, hostilidade disfarçada que reduz as defesas e cria esperanças – o poeta interrompe a Narração para expor as suas reflexões sobre a insegurança da vida e a impotência do homem, «um bicho da terra tão pequeno», exposto a todos os perigos e incertezas e vítima indefesa do «Céu sereno». São palavras-chave: veneno, engano, gravíssimos perigos, nunca certo, pouca segurança, mar, tormenta, dano, morte, guerra, engano.
Não será por acaso que esta reflexão surge no final do Canto I, quando o herói ainda tem um longo e penoso percurso a percorrer. Ver-se-á, no Canto X, até onde a ousadia, a coragem e o desejo de ir sempre mais além pode levar o “bicho da terra tão pequeno”, tão dependente da fragilidade da sua condição humana.
Os perigos que espreitam o ser humano (o herói), tão pequeno diante das forças poderosas da natureza (tempestades, o mar, o vento…), do poder da guerra e dos traiçoeiros enganos dos inimigos.
Canto V (est. 92 – 100)
Acontecimento motivador das reflexões – final da narração de Vasco da Gama (História de Portugal e a Viagem de Belém a Melinde) e elogio do Rei de Melinde à bravura, à lealdade e à nobreza dos portugueses.
Reflexões do poeta
Ao longo destas estâncias, Camões apresenta uma invectiva contra os portugueses seus contemporâneos que desprezavam a poesia. O poeta começa por mostrar como o canto, o louvor, incita à realização dos feitos; dá em seguida exemplos do apreço dos Antigos pelos seus poetas, bem como da importância dada ao conhecimento e à cultura, que levava a que as armas não fossem incompatíveis com o saber.
Não é, infelizmente, o que se passa com os portugueses: não se pode amar o que não se conhece, e a falta