Lusíadas
Fingimento Poético
Os poemas “Autopsicografia” e “Isto” são importantes para compreendermos a teoria do fingimento poético.
De facto, em ambos os poemas, o poeta afirma ser um fingidor, dizendo que o poema não é produto direto das emoções, mas uma construção intelectual delas. Por exemplo, uma dessas citações é “Eu simplesmente sinto / Com a imaginação / não com o coração” (“Isto”).
O poeta escreve sobre uma dor que foi racionalizada, contudo, isso não o impede de ser sincero. Fingir é, sim, transformar emoções em conceitos mentais, é recriá-las mentalmente. Por exemplo, “Chega a fingir que é dor / a dor que deveras sente” (“Autopsicografias”).
Concluindo, Pessoa diz-nos que um poema não é um produto direto das emoções, mas sim do pensamento.
A Nostalgia da Infância
Podemos encontrar em poemas de Fernando Pessoa ortónimo sentimentos como a saudade e a nostalgia em relação à infância. Embora estas emoções não passem de “atitudes literárias, sentidas intensamente por instinto dramático” nas palavras de Pessoa, estas refletem o desejo do poeta de voltar ao tempo da ingenuidade e da alegria, quando apenas as sentia e não as racionalizava.