lusíadas
Proposição – o poeta enuncia o objetivo do poema e quem vai cantar os feitos heróicos dos portugueses; Invocação – pedido de ajuda às musas/ tágides, divindades do tejo;
Dedicatória – o poeta dedica o poema a D. Sebastião;
Narração - iniciada in medias res – a narração começa a ser feita quando os portugueses já percorreram metade do caminho;
É possível identificar dois momentos:
. 1.º momento (est. 96): apresentação da «tese» ‑ o poder corruptivo do dinheiro, a partir do sucedido com Vasco da Gama.
. 2.º momento (est. 97 a 99): os efeitos negativos da ambição pelo dinheiro / ouro.
O narrador é Paulo da Gama, irmão mais velho de Vasco da Gama, comandante da nau S. Rafael na descoberta do caminho marítimo para a Índia. Vasco da Gama permanece nas naus e decide não desembarcar, visto que já não confia no ambicioso Catual, pois já o traíra, era muito ambicioso ( «cobiçoso» ), corrupto («corrompido») e «pouco nobre». Por outro lado, Gama espera vir a descobrir a verdade com o tempo, daí também a sua decisão.
Ora, esta referência ao sucedido a Vasco da Gama é o exemplo que serve de ponto de partida para a reflexão do poeta, que adverte, a partir do verso 5 da estância 96, para o efeito corruptor do dinheiro, que tanto sujeita os ricos como os pobres. Na estância 97, o poeta apresenta três casos através dos quais pretende provar a sua tese enunciada na estância anterior, isto é, que exemplificam o poder negativo dos bens materiais – dinheiro e ouro ‑, que levam à adoção de atitudes inesperadas. O primeiro exemplo refere-se ao rei da Trácia, que assassinou Polidoro, filho de Príamo, rei de Tróia, com o único fito de lhe roubar o ouro. De facto, para o salvar,