Lula
Há uma semana, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, se reuniu com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo. O assunto nada tinha a ver com o sistema educacional do país: o trio discutia a possibilidade de candidatura do ministro ao governo de São Paulo. Seria a terceira vez. Mercadante já perdeu as duas primeiras para tucanos: em 2006 para José Serra e, em 2010, para Geraldo Alckmin. Agora, entretanto, ele volta a aparecer como um nome dentro do PT justamente pela falta de quadros - a rejeição a Marta Suplicy, por exemplo, não encoraja quase ninguém no partido.
O projeto de Mercadante esbarra hoje na resistência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sonha em repetir o feito das eleições de Dilma Rousseff e Fernando Haddad, apostas que entraram nas disputas sem nunca ter recebido um voto e saíram vitoriosos. Nesse cenário, o favorito de Lula atualmente é o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Discretamente, entretanto, Mercadante já começou a se mobilizar em busca de apoio para a empreitada. Na semana passada, ele falou para integrantes do grupo Lide, que reúne parte da elite empresarial do país. Na semana anterior, discursou no Congresso Paulista de Municípios. O principal trunfo do petista é a confiança da presidente Dilma Rousseff, o que ajuda a explicar sua ascensão após ter a imagem tão desgastada pelo jamais explicado escândalo do dossiê dos aloprados. Mercadante costuma aconselhar a chefe em questões importantes, ainda que, segundo integrantes do governo, seja especialista em dizer somente aquilo que Dilma quer ouvir. Ele também acompanha Dilma em quase todas as viagens - inclusive na cerimônia de posse do Papa Francisco.
A agenda de Mercadante, aliás, não revela muitos compromissos ligados à educação. São mais frequentes as cerimônias públicas - e os despachos internos, especialmente às sextas-feiras. Na semana passada, por exemplo, a rotina resumiu-se a um almoço com empresários