Lula
Balanço do governo Lula, 2003-2010: uma avaliação não complacente
Toda avaliação envolve dois tipos de comparação: uma do governo consigo mesmo, e outra, desse governo com outros
26/10/2010 13:00
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Um governo, qualquer governo, de qualquer país, pode – na verdade deve – ser submetido a uma avaliação de seus resultados efetivos, para fins de um balanço honesto das realizações registradas e para a confrontação destas às promessas feitas quando de seu início. Trata-se de um exercício democrático de controle, destinado a verificar se os recursos “entregues” ao governo foram transformados em resultados positivos para os cidadãos que produziram esses recursos repassados ao Estado – ou que deles foram despojados “involuntariamente” – sob a justificativa, ou a promessa, de políticas públicas visando o maior bem-estar possível para o maior número.
O objeto deste trabalho, dividido em ensaios seqüenciais, é o governo Lula, em sua integralidade sintética, embora nem todas as políticas públicas possam merecer igual atenção. Já efetuei um exercício analítico desse gênero no início do último ano de seu primeiro mandato, ou seja, antes mesmo da campanha presidencial de 2006 (1). Naquela avaliação, separei estritamente os dados quantitativos, suscetíveis de serem trabalhados com ferramentas objetivas, das considerações de natureza qualitativa, feitas com base em minhas considerações pessoais, mas expostas de maneira clara e transparente, separando os pontos que me pareciam positivos daqueles julgados negativos. Convido a conferir esse balanço.
Toda avaliação envolve dois tipos de comparação: uma, do governo consigo mesmo, ou seja, o que ele recebeu, do antecessor, e o que está deixando, em herança ao seu sucessor; e outra, desse governo com outros, isto é, em bases regionais ou mundiais, vendo o desempenho de outros governos nos mesmos setores, e os avanços (ou atrasos) relativos na