André Le Notre
Retirado do Livro:
Praças Brasileiras – Fabio Robba e Silvio Soares Macedo
Pg. 56
A Linha Clássica:
Inspirada nos jardins franceses dos séculos XVI e XVII, que, por sua vez, buscam referências nos jardins renascentistas, a linha clássica estruturou-se sobre uma rigidez geométrica no traçado e plantio, buscando sempre a ortogonalidade e a centralização.
Os jardins clássicos ecléticos tiveram como grandes modelos as obras dos jardins palacianos franceses, como Vaux-le-Vicomte (1661) e Versailles (1624-1700), do paisagista André Le Nôtre, como seus grandes eixos, pontos focais e perspectivas infinitas. Naturalmente, devido ao porte territorial desses jardins, apenas foram transportadas algumas diretrizes de projeto e desenho para as praças brasileiras, como a geometrização e a centralidade.
Os caminhos dispostos em cruz, conduzindo a um estar central marcado por um ponto focal, geralmente um elemento verticalizado (monumento, fonte, chafariz, coreto, obelisco), tudo isso envolto por um passeio perimetral, caracterizavam a chama Tríade Clássica Básica, que permeia a grande maioria dos projetos clássicos, como o Largo do Campo Grande, em Salvador; a Praça da República de Niterói e a do Recife; a Praça da Independência, em Santos; a Praça da Alfandega, em Porto Alegre; e a Praça da Sé e Praça D. Pedro II, em Belém.
Muitas são as variações a partir da mesma estrutura, com traçados ligeiramente orgânicos ou combinações de vários arranjos e composições geométricas, que obedeciam, porém, à lógica da Tríade Básica. Os projetos da Praça Santos Andrade, em Curitiba, e da Praça Paris, no Rio de Janeiro, são bons exemplos de trabalhos que, sobre a estrutura geométrica eclética, propunham algumas variações. No caso curitibano, as mudanças ficavam por conta das linhas curvas que apareceram nos canteiros; contudo a força dos eixos longitudinais, dos três estares centrais e da simetria remetia claramente à lógica clássica.
A Praça