Lula
Autores: Luiz Filgueiras**
Eduardo Costa Pinto***
Resumo
O presente texto trata da dinâmica macroeconômica da economia brasileira nos dois
Governos FHC (1994/2002) e no primeiro ano do Governo Lula (2003), à luz das políticas econômicas que foram implementadas, tendo por objetivo responder a seguinte questão central: com a manutenção da mesma política econômica, há possibilidade real de se reduzir, estruturalmente, a vulnerabilidade externa do país e a fragilidade financeira do setor público; substituindo-se o predomínio da lógica rentista pela lógica produtiva? A compreensão mais geral aqui adotada é de que a relativa estabilidade monetária, permanentemente ameaçada por sucessivas crises cambiais, foi conseguida às custas de uma grande instabilidade macroeconômica. A adoção do câmbio flexível, a partir de 1999, juntamente com a implementação da política de metas de inflação e a obtenção de elevados superávits primários, não conseguiu remover as principais restrições para o crescimento sustentado da economia brasileira.
I- Introdução
O presente texto trata da dinâmica macroeconômica da economia brasileira nos dois
Governos FHC (1994/2002) e no primeiro ano do Governo Lula (2003), à luz das políticas econômicas que foram implementadas, tendo por objetivo responder as seguintes questões:
1) O que mudou no cenário internacional e na política e na economia do país, a partir do
Governo Lula, que permita acreditar que a estratégia até aqui seguida, de manutenção e aprofundamento das mesmas políticas econômicas anteriormente adotadas, possa obter a estabilidade macroeconômica necessária para a retomada do crescimento sustentado; êxito este que os dois Governos FHC não lograram alcançar ?
2) Houve alguma mudança estrutural na competitividade do país e na pauta de suas exportações, que venham a permitir superávits significativos duradouros na balança comercial?
3) A política de câmbio