Lucy
A primeira cena de “Lucy” mostra uma simples célula se dividindo, e em um corte vemos Lucy – o australopiteco mais antigo conhecido pelo homem e primeiro elo da cadeia evolutiva – aprendendo a beber água em um riacho. Quando passamos para os dias atuais, vemos a história de outra Lucy (Scarlett Johansson), uma jovem que cai em um esquema de tráfico de drogas, e após um acidente com a droga CPH4 passa a usar mais do seu cérebro que os 15% usados por humanos normais.
No primeiro ato vemos uma palestra do professor Morgan (interpretado porMorgan Freeman, que serve basicamente como um narrador do primeiro ato) sobre a utilização do cérebro e o início da história de Lucy. Enquanto o professor questiona e especula sobre o que aconteceria com o cérebro humano caso tivéssemos um controle maior sobre ele, a ousada montagem do filme mostra imagens da natureza mescladas com a palestra de Freeman, que parecem contar a história de Lucy que se inicia em Taiwan. Utilizando o ator Min-sik Choi (de Oldboy) como um clássico mafioso coreano, vemos os vilões que servirão apenas como empecilhos para que Lucy alcance seus objetivos, não mover a história como é comum em filmes de ação. Neste primeiro ato somos introduzidos aos 3 principais personagens da trama e Lucy ainda é uma mulher frágil e desesperada por sua sobrevivência.
No início do filme Luc Besson utiliza letreiros que ocupam toda a tela para informar o nome dos atores e após Lucy ingerir a droga (em uma cena estranha e sem sentido) os letreiros são usados para informar qual é a porcentagem de seu cérebro que a protagonista está controlando. Cada letreiro é um marco no filme, mesmo que não sejam necessários, já que a própria história nos mostra a evolução do cérebro de Lucy.
Por pisar em uma área desconhecida pela ciência, a trama possui alguns buracos que não a comprometem a lógica do filme. Como Lucy pode de repente passar a entender de medicina a ponto de saber se um paciente sobreviverá