Lucas Pedrosa
“Uma grande mudança que mudou a classe operária, e também a maioria de outros setores das sociedades desenvolvidas, foi o papel impressionantemente maior nela desempenhado pelas mulheres; e, sobretudo – fenômeno novo revolucionário – as mulheres casadas” (HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos. Pg. 304). “Dar as mulheres igualdade de direitos legais e políticos, insistir no seu acesso à educação e ao trabalho e responsabilidade dos homens, mesmo dar-lhes visibilidade e permitir-lhes ir e vir livremente em público, não são mudanças pequenas, como pode atestar todo aquele que compare a situação das mulheres em países onde o fundamentalismo religioso impera ou volta a ser imposto” (HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos. Pg. 310). Acredito piamente que uma das maiores revoluções acontecidas na história da humanidade foi à revolução feminina, sabemos que a mulher na maioria das sociedades foi cruelmente discriminada, logicamente com suas exceções, e isso desde a antiguidade, passando pelos tempos medievais, chegando até os dias contemporâneos. A revolução industrial incorporou o trabalho da mulher no mundo da fábrica, separou o trabalho doméstico do trabalho remunerado fora do lar. A mulher foi incorporada subalternamente ao trabalho fabril. Na sociedade capitalista persistiu o argumento da diferença biológica como base para a desigualdade entre homens e mulheres. As mulheres eram vistas como menos capazes que os homens. Com duas proposições podemos resumir, segundo Hobsbawn, esse novo fenômeno revolucionário.
· Decorrência da entrada da mulher no mundo do trabalho associada aos acessos à educação superior e ao direito de voto e participação política,
· O papel feminino que se reformulou foi aquele atribuído à mulher de classe média, pois a mulher pobre a muito já se encontrava no mundo do trabalho e, mesmo nestes novos tempos,