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1901, um ano após sua morte. Pertence à terceira fase de sua obra. Narrado em primeira pessoa por José Fernandes, que não é protagonista, o livro conta a história de Jacinto (de Tormes), herdeiro rico de família tradicional portuguesa que fora obrigada a exilar-se na França após a guerra civil de 1832 – 1834, na qual D. Miguel foi derrotado por D. Pedro I. Seu pai, conhecido por Cintinho, morreu jovem, sem ver o nascimento do filho. Jacinto nasceu e foi criado em Paris. Como era rico e favorecido pela sorte, era conhecido por “Príncipe da Grã-Ventura”. Levando uma vida de facilidades em seu luxuoso apartamento no centro de Paris, Jacinto norteava sua vida por uma equação matemática: “suma ciência x suma potência = suma felicidade”.
Jacinto não tolerava o campo e a natureza que, para ele, anulavam a inteligência e reduziam o ser humano à bestialidade. Embora gozasse do privilégio de possuir os dois primeiros componentes da fórmula matemática, o tempo encarregou-se de mostrar-lhe o tédio e a melancolia que a civilização acabou proporcionando-lhe. Aos poucos, a realidade da vida revelou-lhe o interesse e a falsidade dos que se diziam amigos e a futilidade das mulheres. Além disso, percebeu que a civilização não era tudo para que o homem pudesse afirmar sua superioridade como ser pensante.
O pessimismo apossou-se de Jacinto que concluiu que a cidade era uma ilusão. Ao voltar para Paris, após uma viagem por várias cidades europeias, Zé
Fernandes ficou surpreso com a decisão tomada por Jacinto: viajar para sua propriedade em Tormes, Portugal. A região fora castigada por uma tempestade que destruíra uma capela do século XVI e o cemitério onde estavam os restos mortais de seus antepassados. A viagem uniria o útil ao agradável, já que
Jacinto poderia inaugurar a reconstrução da capela e do cemitério e fugir do tédio e da