loucuras de um sargento
Eles têm quase tudo em comum
Cientista americano demonstra que homens e chimpanzés apresentam
99,4% de semelhança em seu DNA e reabre um debate da época de
Charles Darwin
João Gabriel de Lima
O que diferencia o ser humano dos outros animais? De acordo com o Gênesis, todos foram criados no sexto dia, mas só o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus. "Ele submeterá os peixes do mar, os pássaros do céu, os animais grandes, toda a terra e todos os animais pequenos que rastejam sobre a terra", diz o versículo 26 do primeiro capítulo do primeiro livro da Bíblia. No século XIX, o naturalista inglês Charles Darwin provocou uma das maiores revoluções na história do pensamento ao mostrar, em sua obra A Origem das Espécies, que o homem e os demais primatas tinham ancestrais comuns. Até hoje sua teoria provoca discussões apaixonadas. Em algumas escolas religiosas dos Estados Unidos os livros de Darwin não são ensinados nas aulas de ciências. Mesmo tendo um ancestral comum com o macaco, o homem sempre ocupou uma posição de destaque na classificação dos seres vivos feita no século XVIII pelo botânico sueco Carlos Lineu. Somos os únicos representantes do gênero Homo e da espécie sapiens. Nossos predecessores, como o Homo erectus e o Homo neanderthalensis, estão extintos há milhares de anos. Na semana passada, o cientista americano Morris Goodman sugeriu, em um estudo publicado na revista científica PNAS, que os chimpanzés (Pan troglodytes) fossem incluídos no gênero Homo. Goodman tem um bom argumento para isso. Sua equipe fez uma análise comparativa de amostras de DNA humano e de chimpanzés, mostrando que há 99,4% de semelhança. Segundo o estudo, os chimpanzés estão mais próximos do homem do que de outros primatas, como os orangotangos e gorilas.
A querela surgida no tempo de Darwin opunha cientistas e religiosos. Para a Igreja, era difícil reconhecer que o homem não era uma criação privilegiada de Deus. Em vez de anjos