Los dominados y el arte de la resistencia
Exploração normal, resistência normal
Quase invariavelmente destinadas à derrota e a um possível massacre, as grandes insurreições foram em geral demasiado desorganizadas para alcançar qualquer resultado duradouro. As pacientes e silenciosas lutas resolutamente levadas a cabo pelas comunidades rurais ao longo dos anos produziriam mais do que esses fogos de palha. Marc Bloch, French rural history Como escreveu certa vez o editor de Field and garden, para as pessoas comuns os grandes homens são sempre impopulares. As massas não os entendem, pensam que todas aquelas coisas são desnecessárias, até mesmo o heroísmo. O homem pequeno não dá a mínima para uma grande era. Tudo o que ele quer é vez por outra frequentar um bar e comer goulash no jantar. Naturalmente, um estadista se irrita com vagabundos como esses, quando sua tarefa é levar seu povo a fazer parte dos livros de história, pobre coitado. Para um grande homem as pessoas comuns são um fardo pesado. É como oferecer a Baloun, com seu grande apetite, uma pequena salsicha húngara para o jantar, que bem isso pode fazer! Eu nem quero escutar quando os mandachuvas se reunirem e começarem a se queixar de nós. Schweyk, in Bertold Brecht, Schweyk in the second world war, cena 1
A história não escrita de resistência A ideia para este estudo, bem como suas preocupações e métodos, originou-se de uma crescente insatisfação com grande parte dos trabalhos recentes – tanto os meus como os de outros – sobre o tema das rebeliões
Revista Brasileira de Ciência Política, nº 5. Brasília, janeiro-julho de 2011, pp. 217-243.
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e revoluções camponesas.1 É notório que a desordenada atenção em larga escala que foi dada à insurreição camponesa, pelo menos na América do Norte, foi estimulada pela guerra do Vietnã e por algo como um envolvimento amoroso acadêmico de esquerda com as guerras de liberação nacional. Neste caso, o interesse e a fonte material se reforçavam mutuamente, pois os