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17 de outubro de 1847, Rio de Janeiro.
Nascia nesse ano a mulher que se tornaria a primeira maestrina brasileira, Chiquinha Gonzaga.
Filha de José Basileu Gonzaga, general do Exército Imperial Brasileiro e de Rosa Maria Neves de Lima, uma negra muito humilde, Chiquinha Gonzaga foi educada numa família de pretensões aristocráticas até porque seu padrinho era Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.
Na época, a cidade do Rio de Janeiro era conhecida como cidade dos pianos, e para a educação de Chiquinha ficar completa, ela teve aulas do instrumento com o grande Maestro Lobo, mas ninguém imaginava que ao tocar as primeiras notas, ela já se apaixonaria pelo instrumento que dava alto status social.
Inicia, aos 11 anos, sua carreira de compositora com uma canção natalina, Canção dos Pastores. Aos 16 anos, por imposição da família do pai, casou-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Imperial brasileira e logo engravidou. O marido começou a notar que Chiquinha passava mais tempo com seu piano do que com ele, e então resolveu levá-la numa de suas viagens de navio. Como ela não poderia levar seu grande piano com ela, resolveu levar um instrumento menor, um violão. O marido ficou com mais raiva ainda quando foi trocado pelo instrumento de corda, e então disse “Ou o violão ou eu!”, e então Chiquinha se divorciou dele e continuou com sua carreira musical. Na época, o divórcio foi interpretado como uma afronta a sociedade, já que mulheres não podiam cometer tal ato. A família a rejeitou, e a declarou morta, seu nome não era mencionado entra eles, até a morte de seu pai, ela era vista como um mau exemplo. No leito de morte de seu pai, Chiquinha pediu para vê-lo e se despedir dele, seu irmão Juca, quando fez o pedido ao pai, ele quase morto, respondeu “Chiquinha minha filha de há muito já é morta” e não a recebeu.
Naquela época, a mulher foi reduzida as suas dimensões de procriadora, então o consciente coletivo não aceita a