logistica
O Brasil agrícola está produzindo como nunca. É líder mundial em soja, milho, açúcar, café, carne bovina e de frango. Mas, na hora de escoar essa produção até os pontos de venda ou portos exportadores, o país enfrenta sérios problemas com a ineficiência dos sistemas de transporte. São rodovias em situação precária, caminhões sucateados, ferrovias sem investimento e terminais portuários sobrecarregados. Além disso, a produção está espalhando-se para o centro-oeste e norte do país e distanciando-se dos grandes centros consumidores e dos canais exportadores, como sul e sudeste, o que encarece os custos com transporte e põe em risco a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional.
O sistema rodoviário ainda é o principal transportador de cargas agrícolas. Na maioria das vezes, é a única alternativa para movimentação desse tipo de produto, devido à escassez de hidrovias e ferrovias que liguem grandes distâncias e, ao mesmo tempo, situem-se perto das fazendas, com ramais e estações de embarque e descarga. Com isso, a soja e o algodão, por exemplo, enfrentam percursos rodoviários de três mil quilômetros, em média, o que implica num alto consumo de combustível e custos de frete e pedágio. "Toda essa despesa aumenta o valor final do produto" afirmou o pesquisador José Vicente Caixeta Filho, professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq/USP, durante o Seminário Internacional de Logística Agroindustrial realizado no dia 19 de março naquela universidade. Ele acrescenta que os embarcadores (donos da carga) têm se preocupado cada vez mais com a logística envolvida nesse processo, para que tudo ocorra na hora exata, no lugar certo, em condições favoráveis, para que as perdas sejam menores.
De acordo com estudo feito pelo Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Coppead) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Brasil apresenta disponibilidade de transportes