lOGICA
A produção animal nos trópicos é limitada principalmente pelo o estresse térmico, e há o agravante de que as raças selecionadas para maior produção, no geral, são provenientes de países de clima temperado, o que não permite a essas expressar o máximo da sua capacidade produtiva. Dessa forma, torna-se imprescindível o conhecimento da capacidade de adaptação das raças exploradas no Brasil, bem como a determinação dos sistemas de criação e práticas de manejo que permitam o desenvolvimento da pecuária de corte de forma sustentável, sem prejudicar o bem-estar dos animais.
Nas criações a pasto, a incidência da radiação solar direta representa a maior fonte de calor recebida pelos animais do ambiente. Para evitar ou reduzir o estresse térmico provocado pela radiação solar, o uso do sombreamento é uma alternativa viável, beneficiando o conforto térmico e favorecendo a termorregulação dos animais (GLASER, 2008).
As raças bovinas especializadas para produção de carne são geralmente exigentes quanto ao clima, necessitando-se, portanto, do oferecimento de instalações e de manejo que amenizem os efeitos estressantes do ambiente. Com vistas a contribuir com esta problemática na pecuária de corte, este trabalho apresenta uma abordagem sobre as principais raças de corte criadas no Brasil, o comportamento fisiológico das mesmas, e as modificações no ambiente físico, visando uma maior produtividade associada ao bem-estar dos animais.
Ambiência
Respostas fisiológicas dos animais às condições tropicais
Em ambientes de temperaturas elevadas, nos quais a produção de calor excede a dissipação pelos animais, todas as fontes que geram calor endógeno são inibidas, principalmente o consumo de alimento e o metabolismo basal e energético, enquanto a temperatura corporal, a freqüência respiratória e a taxa de sudação aumentam. A temperatura ambiente representa a principal influência climatológica