lixo no Campo Grande-MS
Lixo em Campo Grande (MS) poderá gerar energia. Dependendo da tecnologia escolhida, saúde da população e meio ambiente sofrerão sérios danos
A cidade de Campo Grande (MS) poderá ter uma usina de geração de energia a partir do lixo. O projeto, da prefeitura municipal, é polêmico e ambicioso porque, além dos altos custos de manutenção e implantação, dependendo da tecnologia e do monitoramento, o meio ambiente e a saúde da população podem ser prejudicados.
A discussão sobre a destinação e tratamento do lixo da capital de MS é feita desde 1999, quando foi criado um Grupo de Trabalho (GT) com especialistas e políticos que formularam diretrizes para implantação de coleta seletiva, recolhimento do lixo, disponibilização de aterro sanitário para os resíduos orgânicos e tratamento especial para serviços de saúde e resíduos perigosos. A prefeitura incorporou em seu projeto a maioria das propostas, mas defende a implantação de uma usina de geração de energia para destinação final do lixo.
Especialistas criticam a proposta, principalmente porque o empreendimento pode emitir na atmosfera substâncias tóxicas que impactam negativamente o meio ambiente. A saúde da população também pode ser afetada gravemente com substâncias que causam nascimento de bebês defeituosos devido a mutações genéticas, diversos tipos de câncer, problemas neurológicos, renais e uma série de outras enfermidades.
Outra preocupação é com o alto custo de manutenção e a carência de técnicos especializados no Brasil para monitorar e manter este tipo de usina de forma segura. "A prefeitura diz que terá um controle rigoroso e material altamente qualificado. Mas é muito difícil encontrar profissionais para esta atividade no Brasil. A manutenção é caríssima e prefeitos futuros podem não querer manter a usina, ou vão manter em condições precárias, trazendo riscos à saúde e ao meio ambiente", preocupa-se a engenheira química, professora da UFMS e integrante do GT, Sônia Hess.
O secretário