Lixo extraordinário
Aluna: Ana Clara Facioli
99 não é 100
“Lixo Extraordinário” é um documentário feito por um artista plástico brasileiro Vik Muniz no Jardim Gramacho, um dos maiores aterros sanitários do mundo localizado no Rio de Janeiro.
A ideia era transformar lixo em arte, fazer com que aquelas pessoas enxergassem “outro mundo” a partir do material com que lidavam todos os dias. O documentário aborda tanto a questão do tratamento do lixo, quanto a questão humana por parte dos catadores que dele retiram sua renda.
No começo do documentário, antes de Vik chegar ao Jardim Gramacho, ele expõe a ideia que tem em relação a situação e as pessoas que encontraria ao chegar em Gramacho. Ele imagina um lugar triste, com pessoas tristes e de cara fechada e se surpreende ao encontrar o oposto disso.
Vik procura os personagens para sua obra, dentre muitos. O interessante é que cada um deles tem histórias surpreendentes escondidas por baixo das roupas que usam. Acredito que o grande impacto vem daí, dessas histórias que sabemos que são verdades e não apenas textos decorados.
Somos acostumados com rotinas, um vai e vem que mal nos permite olhar para os lados e acabamos cansados demais para nos preocupar com questões que deveriam ser de conhecimento e interesse de todos. Para onde vai o lixo que produzo? Ele é descartado corretamente? Eu ajudo nesse processo? Ajudo a melhorar ou a piorar?
A partir do momento em que os catadores passam a fazer parte do processo de criação da obra de Vik, fica evidente que não há como sair inalterado ambas as partes com este encontro e nessa transformação de vida em arte.
A sensação que Vik queria passar para os catadores, era a de que não era ele quem estava fazendo a obra, e sim que os próprios catadores eram totalmente responsáveis pelo resultado incrível que emocionou participante e telespectador. Partiu de um dos próprios catadores a fala de que eles se sentiam totalmente esquecidos pela sociedade e o mundo