Livros que não são o que parecem - a cabana
21/09/201238 Commentsby Vanessa Lampert
“A Cabana” (“The Shack”, Editora Arqueiro), de William P. Young, é um dos livros mais citados nos comentários desta coluna. O pior desse livro, em minha opinião , é que também é fácil achá-lo interessante, desde que você esteja suficientemente desatento ou não tenha nenhuma opinião sólida a respeito dos assuntos abordados. Devo confessar que a única coisa de que me lembro da primeira leitura que fiz deste livro (séculos antes de ter esta coluna e, portanto, sem muito senso crítico) é de ter pensado: “puxa, como esse cara conseguiu enfiar um livro tão religioso na estante de romances seculares?” Lembro -me de que era uma metáfora (ou entendi como se fosse), uma fábula, e que falava sobre ter um relacionamento com Deus. Fora isso me recordo de não ter gostado do tom excessivamente emocional. Não me lembrava de mais nada (por que será que gosto de “romances de amnésia”?). Mas na segunda leitura me perguntei por que da primeira vez não joguei “A Cabana” pela janela. Não me deixem esquecer.
Mack é casado e teve três filhos. Sua mulher é uma cristã fervorosa, participa das atividades de sua igreja e chama Deus de “Papai”. Durante um acampamento em família, uma tragédia acontece: Missy, a filha mais nova de Mack, é raptada e assassinada em uma cabana. Anos se passam e Mack continua em depressão por conta do crime, pois não se conforma com a crueldade que lhe roubou a criança de cinco anos, e se ressente de
Deus. Certo dia, recebe um bilhete:
Mackenzie
Já faz um tempo. Senti sua falta. Estarei na cabana no fim de semana que vem, se você quiser me encontrar.
Papai.
Como Mack matou o pai alcoólatra e abusivo q uando era adolescente, aquele bilhete é ainda mais perturbador. Após alguma hesitação, vai até a cabana onde sua filha foi assassinada. Adormece, e quando acorda, ela está totalmente diferente e habitada por três estranhas criaturas. São os três piores per