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Capítulo VII
Dos fins ou resoluções do discurso Todos os discursos, governados pelo desejo de algo, exigem uma finalidade, para o que se está sendo discutido. O discurso pode ser meramente mental, onde se analisa os prós e contras de um determinado problema por exemplo. Ou pode ser para um determinado numero de pessoas, onde o autor do ato discursivo pretende encaminhar o pensamento de seus espectadores para que sigam a sua própria linha de pensamento. (Exemplos: Um padre em uma missa ou um pastor em culto evangélico) Mesmo que o discurso não seja baseado em fatos verdadeiros e concretos, os espectadores do mesmo atentam para a integridade e honra do orador e irão julgar a veracidade dos fatos de acordo com sua empatia pelo mesmo. Por exemplo, quando se acredita que as escrituras são a Palavra de Deus, sem ter recebido qualquer revelação divina, o objeto de nossa crença, fé e confiança é a Igreja, cuja palavra se aceita. E aqueles que acreditam nas palavras dos profetas, que são ditas em nome de Deus, também acreditam na veracidade por confiarem na integridade do mesmo.

Capítulo VIII
Das virtudes vulgarmente chamadas intelectuais, e dos defeitos contrários a estas. Geralmente a virtude é algo que é estimado por sua eminência, e consiste na comparação. Pois se todos os homens fossem iguais nada seria apreciado. Por virtudes intelectuais se entendem aquelas capacidades do espírito que os homens elogiam, valorizam e desejariam possuir em si mesmos; e vulgarmente recebem o nome de talento natural. As virtudes podem ser virtudes naturais ou adquiridas. As naturais, ao contrario do que se pensa, não são aquelas que já nascem com o ser humano, e sim, aquelas que são talentos adquiridos através da pratica e da experiência, sem método, cultura ou instrução. Esse talento natural divide-se em duas vertentes: celeridade da imaginação (passar rapidamente de um pensamento a outro) e firmeza de direção para certa finalidade (capacidade de escolha).