Livro da Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire
As reformas educacionais atualmente colocam os educadores em um embate com dois desafios: transformar a escola como local de trabalho e reinventar a si mesmo como pessoas e profissionais da educação. Isto é um indicativo de que os educadores precisam não apenas colocar em questão, o reinventar suas práticas educativas, no sentido de repensar suas atitudes, concepções, métodos e conhecimentos sobre o processo de aprendizagem do discente, como também transformar suas relações profissionais que começa com a observação de sua postura em relação ao outro.
Ensinar faz parte da educação, mas educar é mais abrangente e complexo. Os professores tem uma séria responsabilidade social e democrática. Escutar seus alunos, sem tolí-los além de desarticular qualquer forma de discriminação e injustiça, pois a educação é uma especificidade humana que intervém no mundo. Paulo Freire criticava o sistema de ensino tradicional onde o professor é o guia do processo educativo e exerce uma espécie de “poder”. Tem como função transmitir conhecimento e informações, mantendo certa distância dos alunos. As avaliações são periódicas, por meio de provas, e medem a quantidade de informação que o aluno conseguiu absorver. As aulas no método tradicional são estruturadas de acordo com as disciplinas e conhecimentos exigidos em cursos posteriores, como o caso do vestibular, processo com avaliações que possibilita o estudante entrar no ensino superior. O ideal seria que as escolas criassem em seu currículo atividades e avaliações que incentivem e estimulem a formação do aluno. A decoreba das disciplinas poderá levá-los a ter bons resultados, mas isso não garante a formação do sujeito para o mundo, com qualidade. Um sistema diferenciado promove a formação integral do aluno. E é isso que Paulo Freire promove, uma educação fundamentada na ética, respeito e na dignidade. Um ensino mais democrático entre professores e alunos, tendo em mente que somos seres