Literatura

COLÔNIA prólogo -Porque faz tanto frio?... Dan estava se perguntando enquanto ouvia o silvo longo e as batidas inconstantes do metal se dilatando. A APOGEU era uma sucata velha com mais de quarenta anos de serviços e mais decolagens que a maioria dos rebocadores, e Dan sabia que toda aquela barulheira era normal... Mas mesmo assim se sentiu inquieto.
Após vinte e dois anos trabalhando com mineração e varias idas ao do espaço já o deixaram bem acostumado a toda aquela rotina, mas a experiência dizia que as coisas sempre se complicam. Quando ele entrou pra força de mineração ainda era um rapaz no alto de seus vinte anos, ansioso por ver todo o maravilhoso spaço... e tudo o que viu foi rocha espacial e trabalho duro. A gora seus cabelos já perdiam o castanho natural e começavam a aparentar o pardo da idade e Dan não precisava mais ir para o espaço, mas não havia nada na terra pra ele. Foram dezesseis decolagens ate agora e nunca estivera apreensivo como esta... talvez fosse a idade... mas no fundo Dan sabia que o real motivo era o local da mineração escolhido.
Enquanto estava vagueando em seus pensamentos, uma voz rouca rugiu no fundo do corredor: - Estamos saindo da atmosfera...vamos nos preparar para embalsamar e seguir viagem em vinte minutos... quem se atrasar pode ir andando. Fred Miles veio meio cambaleando pelo corredor estreito. Tinha a aparência de um bêbado, mas era o único medico a bordo da APOGEU, mais parecia um louco, vestido de um macacão amarelo com a logo da CIRUZ já bem gasto e desbotado, os cabelos cinza e ralos não escondia os olhos claros e cheios de apatia. –Daniel... vai querer se injetar ou quer que eu faça por você? O sorriso debochado só serviu pra mostrar os dentes amarelos e tortos. –Deixe que eu mesmo faço... Não quero perder o meu braço, você não para de tremer. A seringa estava cheia de um liquido azulado de aparência sinistra mas Dan conhecia muito bem o efeito. Já havia passado por isso duas vezes nos últimos anos. As viagens no