Este trabalho objetiva relacionar os elementos da tragédia definidos por Aristóteles em A Poética com a peça de Sófocles, Édipo Rei. Nesse sentido faremos uma comparação de Édipo Rei com as partes em que Aristóteles descreveu como constituintes do gênero trágico. Aristóteles escreveu A Poética para definir os gêneros literários, estabelecendo as principais diferenças entre eles. Assim, de acordo com este autor, existem seis tipos de gêneros: Epopeia, tragédia, comédia, ditirambo, flautério, citaredo. Mas, é dada atenção especial para aqueles que utilizamos a palavra, a narrativa, os quais na época eram encenados. A saber, tragédia, comédia e epopeia. Nesse caminho o autor de A Poética vai diferenciando principalmente os três gêneros já citados. No entanto, como este trabalho refere-se apenas dos elementos da tragédia estabelecidos por Aristóteles; iremos abordar cada parte constituinte desse gênero e observar onde se pode verificar essas classificações na narrativa de Édipo Rei. Nesse sentido, existem alguns termos que são definidos e amplamente discutidos por Aristóteles em toda sua poética, como: Mímese, catarse e verossimilhança. A mimese, de acordo com o estudioso, é definida como imitação. “Imitar e natural ao homem desde a infância - e nisso difere dos outros animais, em ser o mais capaz de imitar e de adquirir os primeiros conhecimentos por meio da imitação - e todos tem prazer em imitar.” (Aristóteles, 1990, pág.21 á 22). Em Édipo Rei, a imitação ocorre em pessoas superiores a nós no que se refere a sua posição social ocupada na sociedade, pois Édipo foi aquele que se tornou rei ao conseguir desvendar o enigma da Esfinge, algo que até então ninguém tinha conseguido. Sófocles fez uma imitação decorrente de seu tempo, ele quis mostrar os conflitos entre os povos, as guerras, as emoções que despertavam o amor, o ódio, prazer e atitudes que as pessoas tomavam para resolver os problemas. Afinal, esses acontecimentos, como a guerra e a dependência